
Como é bom regressar.
A nova animação da Disney nos arremessa a um passado (não tão distante) onde ela mesma reinava absoluta e incontestavelmente no gênero. Os longas em 2D contando lindas histórias, trazendo personagens meticulosamente concebidos e inseridos com maestria nos roteiros melosos e repletos de fantasia - e alguma comédia. Entretanto nem tudo são flores, Hollywood tem um talento especial para transformar a inovação e a excelência em previsibilidade estereotipada, e o maior exemplo disso são os filmes da Disney.
Após o renascimento do estúdio com A Pequena Sereia, (The little marmaid, 1989) A Bela e a Fera (Beauty and Beast, 1991) e O Rei Leão (The Lion king, 1994), as coisas não foram muito bem e a carta na manga da "casa do rato" para a má fase era a parceria com o estúdio (ultra) criativo de animação Pixar.
De lá pra cá a Disney nunca mais criou nada que valesse a pena de fato assistir - ao menos não sem a ajuda da Pixar. Felizmente, A Princesa e o Sapo nos mostra que cachorros velhos aprendem truques novos e a boa e velha Disney merece algum crédito por empurrar ladeira abaixo as restrições dos moldes clichês dela mesmo, e de Hollywood de uma forma geral.
Princesas, príncipes, sapos, feitiços... Acho que já vimos esse filme.
Qualquer

Os clichês começam a ser jogados pela janela a partir daqui: Nova Orleães, início do século 20... Notou a diferença?
O filme diz respeito a uma menina pobre Afro-americana chamada Tiana que tem um dom para cozinhar, e sonha em abrir seu próprio restaurante - ponto pra eles. Sua melhor amiga desde a infância é uma menina branca cujo pai rico emprega mãe de Tiana como costureira. Quando a família do amigo organiza uma festa para o Príncipe Naveen de Maldonia, Dr. Facilier, um especialista em Magia Negra (vodu), transforma o visitante real em um sapo gosmento... Pronto esse é o ponto crítico; nesse momento é que até os mais otimistas com relação a formatos naturalmente engessados começaria a imaginar algo do tipo: voltamos aos clichês. Mas vamos continuar.
O tal príncipe agora tranformado num anfíbio nojento, convence Tiana que um beijo irá reverter o feitiço; trato estabelecido então: Tiana daria o beijo “salvador” que libertaria o belo príncipe de sua maldição; Naveen por sua vez iria fornecer o dinheiro necessário para que a bela morena pudesse iniciar o negócio de seus sonhos. Entretanto, o que ninguém sabia era que apenas o beijo de uma princesa poderia reverter o feitiço; seu beijo não só não devolve o príncipe a sua forma normal, como transforma Tiana em um sapo também. A dupla então parte em busca de uma Sacerdotiza de Vodu para desfazer o efeito do feitiço numa aventura através das selvas pantanosas da Louisiana. Mas peraí.
Príncipes financiando restaurantes alheios?
Princesa afro-americana - e que vira sapo?
Feiticeiro Vodu?
Algo mudou por aqui!
Reviravoltas, Jazz, personagens "exóticos"... Esse filme é Disney mesmo?
Desde

Belas canções, animação em 2D, lição de moral... Ah, esse filme é Disney mesmo!
Claro que não poderíamos esperar que A Princesa e o Sapo fosse sempre avesso aos clichês do gênero e esquecesse dos coadjuvantes engraçados que sempre roubam a cena, as músicas previsivelmente plantadas, as novas amizades com outros animais falantes ou mesmo as referências/homenagens aos ilustres - o crocodilo trompetista Louis homenagem mais do que óbvia a Louis Armstrong. Sem esquecer, claro, que o príncipe terá que beijar uma princesa (de verdade) antes da meia-noite ou então ambos irão permanecer para sempre sapos. Por fim, mais que naturalmente, a lição é sobre a aceitação.
Quem já foi Rei nunca perderá sua magestade.
Num con

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Se você gostou desse filme:
Assista:
- A Dama e o Vagabundo (Lady and the Tramp, 1955)
- A Bela e a Fera (The Beauty and Beast, 1991).
- Barbie em o Quebra nozes (Barbie and the nutcracker, 2001)
- Barbie como Rapunzel (Barbie as Rapunzel, 2002)
Informações úteis
- Titulo original: The Princess and the Frog
- País: EUA
- Ano: 2009
- Duração: 97 min.
- Gênero: Animação / Aventura / Musical
- Direção: Ron Musker e John Clemments
- Vozes: Anika Noni Rose / Kacau Gomes, Bruno Campos / Rodrigo Lombardi, Keith David / Sergio Fontoura, Jenifer Lewis / Selma Lopes, Jim Cummings / Márcio Simões, Michael-Leon Wooley / Mauro Ramos:
- Avaliação: 4 (bom)
- Trilha sonora: Download aqui
- Filme completo: Download aqui
Sobre o filme:
- Quando vi? 20/12/2009
- Com quem? Com minha filha (Ágatha)
- Quantas vezes? 3
- O que senti? Uma enorme sensação de nostalgia...
- Quando escrevi? 22/01/2010
- Onde estava? Em casa
- O que escutava? Los Hermanos - Ventura
- O que ingeria? Nada...
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Trailer oficial: