terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O doce veneno do Escorpião | crítica

Raquel Pacheco vs Bruna Surfistinha: agora puta tem nome e sobrenome.

Por Willian Rof
A história que Raquel Pacheco conta em sua autobiografia é com certeza o mesmo perrengue de muitas mulheres por esse Brasil a fora, que pela grana fácil (isto é se você acha que ganhar dinheiro pra levar madeira é mamãozinho com açúcar), decidem rodar a bolsa por aí – e ainda por cima continuam estudando, como se prostituição fosse um emprego como qualquer outro.

Existe porém uma diferença – que faz toda a diferença, por sinal: é que a moçinha teve a coragem de jogar o barro no ventilador (coisa que nenhuma delas tinha feito) para quem quisesse ver, ler ou ouvir – e depois até conferir, caso pintasse uma curiosidade. Bruna Surfistinha era uma das mais badaladas garotas na época em que O doce veneno do Escorpião foi lançado – 2006. Loira, dona de uma bunda que parecia ter sido criada em cativeiro de tão bem cuidada, com uma página na internet com mais de 15.000 visitantes por mês e o melhor de tudo: estava disponível para quem estivesse disposto a pagar alguns trocados pelo seus serviços. Ela era “O cara”, afinal nada neste país nada da mais ibope que putaria e/ou barraco; o Ratinho que o diga – será que se eu começar a contar minha intimidade sexual consigo esse número de acessos? Deixa pra lá...

Prazer, meu nome é Raquel. Mas pode me chamar de Bruna.

Raquel Pacheco era uma menina adotada, dividiu sua infância com mais duas irmãs – filhas legítimas do casal; e tinha complexos com sua altura e sua forma de barril. Seu pai tinha um trabalho bacana que – daqueles que permite que a esposa fique em casa chocando os ovos e lambendo os filhotes; e por aí vai...

No livro ela conta um pedaço de sua adolescência (a mais picante, claro – acho que é a única parte que queremos saber mesmo), seus relacionamentos com guris sem noção e sua vida de colegial rebelde; época em que começa a mostrar uma certa curiosidade pelo prazer do mundo das safadezas e afins; jovem, bonita, descolada e hard core o suficiente para se envolver nessa “vida”, precisava apenas de um pequeno empurrão (sem trocadilhos) para que ela partisse definitivamente para o mundo da putanhagem – e não demorou esse dia a chegar, logo a moça pirou o cabeção, resolveu sair de casa e virar puta. Mais ou menos nessa ordem mesmo.

Um verdadeiro conto de (sa)fada.

Antes de mais nada é importante que se diga que O doce veneno do escorpião é um livro ruinzinho daqueles que só se ler se não tiver nada melhor pra fazer ou pra ler – é bem verdade que o texto recheado de histórias safadinhas atrai quase todos os marmanjos alfabetizados do país – exceto (claro) aqueles que não são muito chegados a fruta. A autora descreve algumas situações reais com seus clientes, e/ou parceiros dando vários detalhes sórdidos e características de seus programas – e enquanto narra ela ainda faz alguns paralelos entre a Bruna: uma maloqueira / mercenária / doente / complexada que resume sua vida a prática do esporte sexual – inclusive para levantar o ganha pão – sem trocadilhos; e Raquel uma moça de família que esboça até alguns valores éticos e morais.

Indico para quem é fã de filmes pornô Hard Core (no melhor estilo dos filmes da Explicita) ou revistas ginecológicas como a Sexxy. São 174 páginas de vocabulário chulo, contos que faz as histórias do Ari Toledo parecer piadinhas de velório e mais putaria – de todos os tipos. É mão naquilo é aquilo na mão... sempre haverá algo apelativo no texto: quando Raquel não está com algo (dos outros) nas mãos (ou em algum outro lugar), alguém está com algo (dela) nas mãos – isso antes ou depois de algo estar dentro ou fora ou dentro ou fora ou dentro novamente. É mais ou menos por aí, se é que você me entende...

5 comentários:

  1. É bem patético a popularidade que essa piranha ganhou e a "midiatização" que fizeram em cima dela, como se fosse uma prostituta com uma história de vida REALMENTE relebante a ser contada...

    ...é algo parecido com o filme da biografis de Justin Bieber, ou seja: FÚTIL ao extremo!!!

    Enquanto o livro dessa vagaba vende horrores - a ponto de virar um filme sem noção! - milhares de crianças morrem de fome em vários países subdesenvolvidos e a família DECENTE tem que se deparar com uma vadia vulgar como ela ganhar notoriedade, fama e dinheiro através da putaria.

    Por isso que o Brasil merece os políticos que tem e os cornos idiotas que bancam isso tudo!

    ResponderExcluir
  2. Parabéns pelo blog! Estou seguindo-o!

    Abraço!

    ResponderExcluir
  3. Olha só os papos deste Marcel Camp, ele só pode ser gay ou crente, ou os dois juntos hehe
    Não digo que está certo ela ficar famosa, mas tb não adianta nada o cara se mijar todo de raiva e rolar em cima.

    ResponderExcluir
  4. Marcel - é foda mesmo, concordo contigo em parte.

    Marcelo - Obrigado pelo incentivo brother, o blog é feito pra vocês mesmo

    Joe - kkkkkkkkkkk valw pela visita, respeito sua opinião...

    ResponderExcluir
  5. Olha só eu acredito que realmente tem coisas mais importantes a serem lançadas como livro,filmes novelas enfim... mais acima de tudo temos que respeitar os direitos de escolha,pois os comentarios do rapaz o tal de marcel sao de tamanho preconceito e itolerancia... deve está ai a resposta do porque o brasil faz filmes de prostitutas,de pessoas que se perguntam SE EU FOSSE VC!,filmes dE CACETAS E PLANETAS de SEXO AMOR E TRAIÇAO entre outros... e com esse mesmo preconceito nao conseguem enxergar filmes que nos dao orgulho tipow!! TROPA DE ELITE,CARANDIRU,CANUDOS,LAMARCA entre outros entao, vamos parar de sensacionalismo e vamos ter conciencia que indepedente do assunto abordado tudo faz parte da 7 arte e assim como todos os paises do mundo,existe o lado podre e de qualidade e com isso nao faz o Brasil ser pior que ninguem! Ame seu pais!!! (valter junior)

    ResponderExcluir