segunda-feira, 6 de junho de 2011

X-Men - primeira classe | crítica

Novo filme dos mutantes derrapa mas fica longe de ser ruim.

Para a alegria de alguns (ou para o desespero de outros), os gibis dominaram os cinemas ultimamente. Fato! Isso é interessante se levarmos em consideração que até pouco tempo, as adaptações de HQs eram vistas com mais preconceito que puta em evento no Vaticano – e verdade seja dita, as produções eram bem mequetrefes mesmo. A parada mudou apenas com o lançamento de X-Men – O Filme (X-Men, 2000) do Diretor Bryan Singer que acertou a mão ao equilibrar o universo surreal/colorido dos quadrinhos com o chamado “mundo real”, em uma trama do caralho, cheia de metáforas sobre o preconceito – enfim, o cara conseguiu lançar uma adaptação realmente de responsa. Logo em seguida, vieram o excelente X-Men 2 (X2, 2003) e após, aquelas seqüências miseráveis que você já deve estar careca de saber quais são. E foi pensando exatamente nesses fiascos que os produtores do novo X-Men decidiram mudar o foco, reiniciar; montar novamente um universo “pés no chão” – como no primeiro filme da série.

Deja-vù

Anos 60. Charles Xavier (James McAvoy) é um engomadinho (e cabeludo!!) cheio daqueles canudos acadêmicos que a maioria de nós só vê no Google. Na universidade de Oxford ele conhece Erik Lehnsherr (Michael Fassbender), filho de judeus que foram aterrorizados pelos nazistas durante a 2ª Guerra e foi o único da família a escapar, graças ao seu poder mutante de controlar meio mundo de metais. Quando a guerra terminou, Erik passou a trabalhar como intérprete para os ingleses, enquanto Charles decidiu usar seus poderes para ensinar aborrecentes mutantes (que viviam mais perdidos que filho de puta em dia dos pais) a usarem seus dons para fins pacíficos – ou seja, para não saírem fazendo merda por aí. Charles e Erik logo se tornam brothers, mantendo um respeito pelos ideais um do outro. Nasce assim a famosa Escola para Jovens Superdotados – o resto da história qualquer um que já tenha lido um gibi da galera mutante já sabe.

De “Primeira Classe” sempre é melhor – não só nas viagens aéreas.

Desde o inicio de todo o blá blá blá sobre a nova produção mutante já tinha ficado muito claro que a intenção da galera responsável pelo filme era criar algo para fazer frente as mega produções dos Batman do Nolan, usando um climinha parecido com o do primeiro X-Men. Aliás, novamente, a história coloca os mutantes dentro daquela treta original, como um novo degrau da evolução humana, o que gera a base de toda pancadaria para esse filmaço.

Mas nem tudo são flores, negão; filme de equipe que se preze tem que ser cheio de gente pra todo lado e é justamente aí que X-Men – primeira classe se fode com um problema recorrente em tramas envolvendo muitos personagens: é praticamente impossível dar a todos uma atenção adequada. Assim, enquanto os astros Xavier e Magneto são bem desenvolvidos, o resto dos mutantes jamais saem dos clichês, sendo diferenciados uns dos outros apenas pelas habilidades – a única que ainda tem uma historinha pra contar é a Mística, (que continua sendo a mulher azul mais deliciosa da terra) que vive lá seus conflitos, mas não espere nada muito profundo.

Da mesma forma, mais uma cagada pode ser adicionada ao meu texto: o roteiro parece tentado a misturar na fórmula uns romances totalmente descartáveis e sem noção, é o caso, por exemplo, da aproximação entre Mística e Hank e do beijo entre Xavier e a agente da CIA – uma personagem, aliás, sem quê nem pra quê.

Ainda assim, mesmo com estes e alguns outros escorregões (ninguém é perfeito!), é foda não pagar pau para X-Menprimeira classe. As seqüências de ação são sensacionais – diferentes inclusive das de hoje em dia onde fazem vários cortes por segundo e tremem a câmera de uma forma que ninguém consegue entender porra nenhuma; aqui, o cara consegue acompanhar a pancadaria e entender o que se passa na tela.

X-Men - primeira classe chega e mostra a que veio; é mais uma investida da industria dos quadrinhos nas telonas com bom nível. Não Chega a ser um marco na história e nem será o filme da vida de ninguém mas, se as adaptações de quadrinhos continuarem massa deste jeito, serão sempre bem-vindas.

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