sábado, 9 de julho de 2011

Assalto ao Banco Central | critica

Não é mais um besteirol americano. É brasileiro – mas inspirado num americano, claro...

Você já deve ter reparado que as terras brasileiras de uns tempo pra cá (mais precisamente depois do anuncio da cidade sede das OlimPIADAS de 2016 e da Copa do Mundo de 2014), vem servindo de cenário para várias produções oportunistas e/ou pipoca como Rio (idem, 2011) e Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio (Fast and Furious 5, 2011), e tem feito um sucessão da porra mundo afora com todo o marketing em volta das belezas naturais da Cidade Maravilhosa (como as mulatas banhistas de fio dental e top less, por exemplo) e sua democracia fodida – aliás, uma combinação excelente que faz qualquer enredo de filme que envolva gangues, sexo, traficantes, tiros, milícias, torturas, mercenários, seqüestros, policiais corruptos ou qualquer outra coisa do tipo se tornar muito mais atrativo. Mas com tantos títulos recentes com esse pano de fundo, cansou.

Assalto ao Banco Central (idem, 2011) parecia ser diferente. O diretor era um brasileiro, a trama era uma autêntica história brasileira e ainda por cima toda rodada por aqui mesmo – e o principal de tudo é que não era na capital Fluminense; era a maior chance de massificar a alta do cinema nacional de ação que andava muito bem obrigado com o recente lançamento do Fantástico “Tropa de Elite 2” e até do fulero “Federal”; mais que isso, continuar a evolução de um gênero que até pouco tempo por aqui era motivo de piadas sem graça (mentira, algumas eram bem engraçadas) e todo o tipo de insulto.

1 homem, uma mulher e nenhum segredo.

O filme conta a história real de Barão (Milhem Cortaz, de Tropa de Elite), intelectual tirado a espertinho (até demais) e Carla (Hermila Guedes, de Cinema, Aspirinas e Urubus), uma misteriosa gostosa clichê; duas mentes escrotas definitivamente decididas a esculhambar o sistema financeiro brasileiro e de quebra levar uma boa grana na jogada. São eles que desenvolvem o mais bem bolado (e surpreendente) plano criminoso de nosso pais até hoje: roubar mais de R$ 160.000.000,00 (aja zero) do Banco Central de Fortaleza através de um túnel por baixo das ruas que atravessaria 78 metros até chegar ao cofre. Para isso eles precisam de gente boa na área, e começam então a catar todo o tipo de malandro com experiência em passar a perna em alguém para montar a equipe ideal. Meio parecido com outro filme...

Como reconhecer uma legítima imitação em 3 passos.

Eu já falei aqui da oportunidade única que Marcos Paulo tinha nas mãos, mas é apenas agora que vou falar o que ele fez com ela. Adivinhou? PORRA NENHUMA!! Marcos Paulo deve ser tipo o cara mais burro da galáxia, pois até minha avó poderia conduzir um filme já pronto (não que minha avó seja um talento da maturidade, mas o plano do barão já era quase um roteiro de filme mesmo... a execução então, nem se fala) com menos clichês e mais ação. Mas para cada idéia original que naturalmente surgia no roteiro (o bandido bom de lábia poderia ao menos mostrar o porque do seu título), automaticamente o cara descolava uma solução rápida (e clichê) para esconder sua falta de criatividade. Quer entender melhor? Observe alguns exemplos:

  1. – Os meliantes são liderados por dois espertinhos que nunca são questionados. Ambos são clichês ambulantes e seus diálogos são sempre regados a frases de efeito e alguns palavrões batidos – mas não muito chulos, para não perder o ar de sofisticação.
  2. – Os policiais estão sempre um degrau abaixo nas investigações; geralmente eles até fazem tipo de inteligentes (como é o nítido caso do personagem do Lima Duarte) para não parecerem tão ridículos diante da câmera – mas no fim todos sabem que os protagonistas de um filme de assalto são sempre os bandidos – Giulia Gam é tipo uma coadjuvante de luxo.
  3. – Final surpresa! Este fala por si só e se não estivesse presente no filme, seria o mesmo que fazer uma caipirinha sem limão – e sem açúcar, sem gelo, sem cachaça...

Ficou muito claro que Marcos Paulo baseou o seu filme de assalto num outro filme de assalto (esse bem mais planejado) conhecido como “O Plano Perfeito”, filme de Spike Lee com Clive Owen e Denzel Washington (note as tramas paralelas, uma indo, a outra voltando) mas foi desenvolvido de forma tão ridícula que se enrola nas próprias pernas e só não cai feio por que teve ajuda de uma boa campanha de marketing e de uma história que todos queriam ver nas telonas. Talvez essa tenha sido a decisão determinante para o não sucesso de Assalto ao Banco Central, que não chega a ser insuportável mas também não motiva ninguém a assisti-lo uma segunda vez. Vale como curiosidade apenas, fora isso é só mais um filme que entra para a galeria dos que podiam ter se tornado clássicos se tivessem caído nas mãos certas.

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5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Estou com bastante vontade de assistir ao filme. Rof, quanto a questão do Rio, a maioria das produções de cinemas e televisão tem o Rio como ambiente. Sempre foi assim. É como dizem, a nossa Hollywood brasileira. A capital fluminense concentra o maior polo de produção áudio visual do país. Um grande abraço.

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  3. Baixa o pau nessas porra mesmo.
    O filme é uma bosta. Vou assistir Tropa dnovo!

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  4. PARABENS PELA CRÍTICA...
    MARCOS PAULO MATOU O FILME...

    NOTA MINHA:4.5

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