De uns tempos pra cá, porém, isso tem mudado consideravelmente. A cada dia as comédias tem ganhado mais espaço entre as minhas preferências – juntamente animações, os longas de Terror, Ação, Guerra, Policial. Essa seção serve pra reforçar ainda mais esse novo perfil ainda mais eclético.
O escolhido na última votação foi a cine biografia de nosso querido (ou nem tanto) presidente: Lula – o filho do Brasil (idem, 2010) que travou uma batalha fantástica contra a sofrível continuação de Alvin e os Esquilos (Alvin and the Chimpmunks, 2007) vencendo por apenas um voto de diferença; se o nível técnico de ambos não fosse tão diferente eu até poderia propor um empate técnico (ou criar uma espécie de 2º turno) e inovar a seção criando um texto que falasse sobre os dois envolvidos na questão. Mas não é esse o caso; a diferenças entre as produções é abissal e eu jamais misturaria a água limpa com o líquido oriundo dos esgotos.
Alvo de críticas por ter sido lançado (propositalmente) num ano em que iremos eleger o sucessor do presidente; por não descrever com exatidão a história do cidadão (principalmente por omitir alguns erros e defeitos) que é alguém como nós e não um herói que sempre vence suas batalhas independente de quem o ouse desafiar. Na minha opinião talvez a mais grave de todas as críticas tenha sido exatamente a que se referia a suspeita de uma possível “conspiração” onde empresas politicamente envolvidas com o governo do PT supostamente teria exigido a mitificação do presidente na telona e para isso estariam dispostos a investir cerca de R$ 20,000,000,00 (valor alto para as produções nacionais, ainda mais se levarmos em consideração que é um Drama que poderia ter sido produzido facilmente com 10% desse valor) que certamente elevaria o padrão da produção, ganhando assim maior notoriedade e atraindo um número maior de público, ajudando na campanha da nova candidata do partido – mantendo assim intactos os interesses econômicos (ou quaisquer outros) de ambas as partes. Um prato cheio pra oposição que antes mesmo da divulgação da sinopse do filme já gritava aos quatro ventos que a intenção da obra era essa mesmo. No centro das discussões Dilma Roussef acabou admitindo durante entrevista que o filme poderia sim, influenciar de alguma forma alguns eleitores.
É preciso porém, deixar claro que o filme em momento algum apela para o "carisma político” de Lula – não se permitindo nem mesmo ser piegas, algo tão natural em cine biografias desse tipo.
.
Bem companheiros
.
É inegável que qualquer obra que se baseie na vida de alguma celebridade (principalmente políticos) é recheado de polemica, intrigas e muito disse-me-disse; mas como o que importa aqui é o filme em si, vamos voltar ao que interessa antes que você ache que está lendo um texto do Alexandre Garcia.
Baseado no livro de mesmo nome escrito pela jornalista Denise Paraná (que co escreveu também o roteiro do longa ao lado de Fábio Barreto e Daniel Tendler) o filme narra a história do líder político desde seu nascimento até o período de liderança sindical quando ocorre a baixa mais significativa de sua vida.
Linear e muito interessante, Lula – o filho do Brasil eleva o padrão de uma fórmula já testada no cinema nacional com relativo sucesso: 2 filhos de Francisco (maior bilheteria de um filme nacional na década com 5.200.000.000 espectadores).
Chama atenção os aspectos técnicos (as maravilhas que 20 milhões pode proporcionar) desde o trabalho dos atores (com destaque para Glória Pires e Rui Ricardo Dias; perfeitos!) até a forte fotografia de Gustavo Habda que quase estoura sua paleta de cores ao exibir um sertão com as ferventes cores características e contrastando com as tomadas
No mais, Lula – o filho do Brasil me parece um filme que veio pra ficar. O enredo forte baseado numa fantástica história de superação de uma das principais figuras desse país, com atuações convincentes e trilha sonora marcante, não poderia mesmo dar errado. Fica porém a sensação de missão não cumprida pelo fato do filme terminar exatamente onde supostamente teria início a parte mais “interessante” da vida do retratado – a fase política.
A razão para isso talvez nem o Sherlock Holmes consiga descobrir, mas no campo especulatório do “achomêtro” podemos imaginar que o longa ganharia muito em complexidade (e duração, claro) perdendo assim parte de seu público. Talvez tenha pensado os Barreto que a partir daquele momento o filme se tornaria ainda mais polêmico e decidiu se omitir; quem sabe? Talvez o diretor tivesse interessado apenas em falar sobre essa parte de sua trajetória (não tão conhecida) deixando que a “segunda parte” sobre a vida política, seus equívocos e acertos (não esquecendo os de seu partido) como homem público fosse abordado num outro filme, enfim.
O que importa afinal é que o filme é bom, funciona muito bem e fala o idioma que aqueles que o elegeram entende: o da simplicidade.
_____________________________________________________________
Se você gostou desse filme:
Assista:
- 2 Filhos de Francisco (idem 2007)
- ...
Informações úteis
- Titulo original: idem
- País: BRA
- Ano: 2010
- Duração: 127 min.
- Gênero: Drama
- Direção: Fábio Barreto
- Elenco: Rui Ricardo Dias, Glória Pires
- Avaliação: 4 (bom)
- Trilha sonora: Download aqui
- Filme completo: Download aqui
Sobre o filme:
- Quando vi? 05/02/2010
- Com quem? Só
- Quantas vezes? 2
- O que senti? Talvez não tenha me emocionado tanto quanto outras pessoas por conhecer a fundo outras histórias de nordestinos que se aventuram Brasil a fora.
- Quando escrevi? 30/02/2010
- Onde estava? No trabalho (que o chefe não leia isso...)
- O que escutava? Enya - Painting sky with stars
- O que ingeria? Cafezinho...
Nenhum comentário:
Postar um comentário