terça-feira, 20 de julho de 2010

O pulso ainda pulsa...

Nunca fui fã do imediatismo desesperado ou muitas vezes maldoso que leva a maioria a querer a cabeça de técnicos na primeira sequência de derrotas nos primeiros meses de trabalho. Tem quem não goste de um técnico desde a sua contratação, foi contrariado em sua preferência na lista de opções e decide que vai pegar no pé intransigentemente até sua demissão.

Acabei criando um ritual próprio de formação de opinião em relação a técnicos. Há um tempo específico para mostrar trabalho, outro para mostrar sua idéia tática e outro para mostrar resultados. Inclusive, desconfie sempre de quem chega mostrando resultados imediatos, pois geralmente a inconsistência aparece logo adiante.

Cumpri todas as etapas com o Silas. Por isso não identifico nenhum sinal de inconseqüência em quem exige a saída imediata do técnico, treinador, pastor, agente ou qualquer outra denominação que se ouve daquele que atualmente ocupa o cargo de comandante do vestiário.

Silas teve mais de meio ano, teve a vantagem de iniciar os trabalhos numa pré-temporada, teve a dádiva de uma intertemporada, tem Paulo Paixão, tem um grupo de jogadores que formam a maior folha salarial do Grêmio no milênio. Mesmo assim, não se vê o trabalho do Silas, muito menos alguma idéia tática ou trabalho de jogadas. Pelo contrário, se vê o Rodrigo dizendo após o empate com o Vitória que “quanto mais o time treina, mais erra em campo”.

Não concordo, mas entendo a posição da direção ao demonstrar – ao menos nos microfones – convicção no “trabalho” do Silas. Quero acreditar que é apenas para evitar que se exteriorize uma crise maior, e que os dirigentes não estão pensando nas conseqüências políticas numa hora dessas. Mas presidente, pare de falar publicamente que o trabalho do Silas já foi provado. Na Copa do Brasil o Grêmio parou no primeiro adversário com alguma qualidade e o argumento de que “é loucura demitir um técnico que nos deu o Gauchão”, ficaria bem na boca de um dirigente do interior. Na de um presidente do Grêmio, fica chato pra nós.

A certeza é que o Grêmio precisa de um novo técnico, com uma nova idéia de trabalho (no caso, ALGUMA, idéia de trabalho), e acho difícil que o próprio Silas se transforme neste NOVO técnico. A única dúvida é QUANDO esse novo treinador virá, e consequentemente a ela, qual será sua missão. Título? Vaga na Libertadores? Ou algo ainda menos honroso?

2 comentários:

  1. Concordo plenamente quando você escreve que se deve dar tempo ao técnico mostrar seu trabalho. Apesar de acompanhar de longe, acredito que o Silas tenha o mesmo defeito da maioria dos treinadores brasileiros, acreditando que o ideal é defender, encher o time de volantes e se possível ganhar de um a zero.

    Com exceção do São Paulo de Muricy que colocava a defesa em primeiro lugar, dificilmente um time que joga desta forma ganha um título importante como Libertadores e pior ainda o Brasileirão.

    Abraço

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  2. Gosto do Silas como trinador, fez um excelente trabalho no Avaí. Mas nos Grêmio realmente ainda não engrenou.

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