domingo, 7 de novembro de 2010

Ratatouille - crítica

A mais nova obra dos “especialistas” arrisca e se sai muito bem.

A Pixar e a Disney estão de volta. Mas desta vez, ao invés de falar de brinquedos, peixes, ou carros, vamos falar de ratos. É isso aí, aqueles lindos bichinhos transmissores da peste bubônica, da leptospirose, de raiva, sarnas e micoses são os personagens principais em Ratatouille (idem, 2007)! Teria a Pixar o poder de transformar roedores asquerosos em animais dóceis e carinhosos? Basta assistir, e você verá se o estúdio ainda conta com uma equipe de gênios.

Ratatouille conta a história de Remy (Patton Oswalt de, Magnólia), um rato de uma família fodida (como deve ser as famílias de todos os ratos) que vive nos subúrbios de Paris. Não demora muito para reconhecerem que Remy é diferente dos seus irmãos, ele é talentoso; pode realmente sentir o cheiro de ingredientes dos mais diversos gêneros alimentícios. Após assistir alguns programas de TV e ler alguns livros (pois é, ele realmente é um rato talentoso não disse?), do chef Auguste Gusteau (Brad Garrett, de Procurando Nemo), tem a certeza que sua verdadeira vocação é cozinhar. Mais que isso, o rato é cagado de sorte pois mora em Paris, o paraíso da gastronomia e logo abaixo do próprio Restaurante Gusteau's, olha só...

Quando o tal restaurante contrata Linguini (Lou Romano, de Os incríveis), um ajudante atrapalhadíssimo, Remy enxerga a oportunidade que faltava.

Um passo para trás?

A primeira coisa em Ratatouille que me chamou atenção foram os gráficos - afinal estamos falando de um desenho animado antes de qualquer outra coisa. Uma animação cercada de expectativa como todas as Pixar, efeito colateral de todos os avanços em animações geradas pelos super-computadores do estúdio.

Ratatouille não seria diferente. Na Pixar existe uma espécie de “controle de evolução” onde o nível da tecnologia utilizada numa animação é sempre melhorada para a próxima. E com base nisso, eu tenho que dizer que não fiquei muito impressionado com a nova produção. Isso não quer dizer que o trabalho em geral é de má qualidade (eu seria um verdadeiro canalha se escrevesse isso) ou sem inspiração (há várias cenas impressionantes), mas é fato que os animadores da Pixar nos acostumou mal, muito mal. O padrão de qualidade que eles estabeleceram é tão alto que qualquer coisa menos que PERFEITA já é motivo pra gerar críticas. Foi isso que aconteceu. E nesse sentido simplesmente tenho a sensação de que na verdade não houve qualquer avanço artístico. Apenas na parte técnica.

Por outro lado, o filme é de rachar o bico de rir. Logo no inicio já podemos soltar algumas risadas mas a diversão começa realmente quando aparece o tapado do Linguini, o cara é muito sem noção, putz. Divertido também é a forma como o rato e o carinha interagem. Existem muitos obstáculos que precisam ser superados para Linguini e Remy trabalharem juntos - Linguini é um idiota, Remy não pode falar como os humanos, e por fim ratos e restaurantes são como óleo e água, eles não se misturam. A solução (fantástica) é engenhosa e cômica ao mesmo tempo. Genial.

No entanto, o mais importante para mim, é o filme em si. Todas as produções da Disney / Pixar, gira em torno de temas fortes. O ponto de Ratatouille é simples mas não deixa de ser forte; no final a crítica lida por Anton Ego nos faz refletir sobre tudo o que foi visto nos 110 minutos da produção. Remy sabe de sua capacidade e vai atrás seu ideal mesmo entendendo as dificuldades que estava por encontrar - e esses estúdios sabem muito bem contar esse tipo de história. Pensando melhor, esqueçam tudo o que falei sobre o avanço artístico, quem se importa com isso quando todo o resto funciona perfeitamente bem? olhando as coisas por esse angulo essa animação torna-se tão perfeita quanto seus predecessores.


Informações úteis:

  • Texto por: Willian Rof
  • Titulo original: Ratatouille
  • País: EUA
  • Ano: 2007
  • Duração: 110 min.
  • Gênero: Animação / Aventura
  • Direção: Brad Bird, Bob Peterson
  • Elenco: Vozes na versão original de: Ian Holm, Brian Dennehy, Peter O'Toole, Brad Garrett. Vozes na versão brasileira de: Samara Felippo, Thiago Fragoso.
  • Avaliação: 8 (Assista hoje)
Informações (in)útéis
Sobre o filme:
  • Quando vi? 15/08/2010 (bem atrasado, eu sei...)
  • Com quem?
  • Quantas vezes? Várias
  • O que senti? Nooooosaaaaaa...
Sobre o texto:
  • Quando escrevi? 15/08/2010
  • Onde estava? Em casa
  • O que escutava? Angra - Aqua
  • O que ingeria? Um suquinho
Trailer oficial:



2 comentários:

  1. Esta no topo da minha lista de melhores filmes do gênero "animação". Mt bom!
    P.S. mt legal teu jeito de escrever, tem personalidade, parabéns pelo blog!

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  2. Valew Bruno pelos elogios. Espero que volte mais vezes por aqui.
    Adoro esse filme tbm.
    Abraço.

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