Olha, eu não sei bem o que leva cerca de 70 milhões de pessoas aos cinemas para assistir um filme que toda a crítica mundial baixou o pau... Sei que vocês devem estar falando agora: Ah, mas a maioria dos críticos de cinema são muito rígidos, se apegam a fatores que a maioria dos espectadores nem sabem direito o que significa, ou como são desenvolvidos – como edição, fotografia, design... sem falar que na realidade muitos de nós já assistiu (e gostou) de algum filme que a crítica mundial tenha enxugado a língua em cima... mas nesse caso a opinião é unânime: Esse filme não presta!
Quando Fúria de Titãs chegou aos cinemas eu já sabia que não se tratava de nenhuma obra prima, contive a curiosidade e esperei alguns conhecidos assistirem primeiro (cobaias voluntárias) e me passarem suas opiniões. Quase um mês depois eu já tinha escutado todo tipo de coisa a respeito - todas ruins, é importante que se diga. Perdi a paciência e decidi assistir a bagaça épica.
Fúria de Titãs (pra quem não sabe) é um remake de uma produção homônima da década de 80 que qualquer pessoa com paciência para assistir Sessão da Tarde com certeza já viu ao menos uma das milhares de vezes em que foi exibido; todas essas pessoas sabem também que ele não é lá essa coca-cola toda – a única coisa que chama um pouco mais de atenção é a bizarra técnica de Stop motion que foi usada para dar vidas aos monstrengos. Há quem goste...
A nova versão, porém, consegue ter um nível inferior ao do clássico das tardes ociosas e não agrada nem aos que simpatizavam com a versão antiga. Decepcionante.
Perdoa Pai, eles não sabem o que fazem...
Os (i)responsáveis por essa lambança são Louis Leterrier (diretor do bom “O Incrível Hulk”) e seu elenco formado pelo insosso Sam Worthington (Avatar), que interpreta Perseus, o Semideus esquentadinho; o sonolento Ralph Fiennes (Guerra ao Terror), dá vida ao Senhor do submundo Hades e o instável Liam Nesson (Batman Beggins), é o todo poderoso Zeus.
A história é simples: um punhado de marmanjos trajando saiotes declaram guerra ao Deuses do Olimpo, que por sua vez contra-atacam. Hades, o típico advogado do Diabo, vive a procura de motivos para fazer o circo pegar fogo e ao ver a putaria que rolava solta na cidade de Argos, decidiu dar uma de X-9 e dedurar a negrada aos outros Deuses. Os humanos deviam sofrer para pagar pela sua rebeldia; Hades decide pedir aos humanos a belíssima Andrômeda em sacrifício ao Kraken – uma espécie de primo feio do Godzila, que o Senhor das partes baixas (sem trocadilhos) solta para tocar o terror a área.
Vai ser feio assim lá no submundo!
Olha, quem acha que o sorriso do Tevez é feio, é porque ainda não assitiu esse filme. Isso sim é que é feiúra - Aliás é feio e sofrível!
As cenas de ação não convencem; são confusas , mal coreografadas, lentas e escuras – se você optar pelo formato 3D poderá sair do cinema traumatizado. Consegue ser ainda pior.
Mas o show de bizarrices não param por aí; entenda que os Titãs que o título vende tão bem, nem chegam a dar o ar de sua graça e o filme se passa após a época deles – a única menção feita a eles é logo no princípio quando a narradora (com aquela voz clichê de atendente de Telesexo, digo Telemarketing) nos informa que os Titãs foram exterminados pelo Medonho Kraken – que quase não aparece também...
Em meio a tanto terror (por parte da platéia, claro) alguns efeitos especiais se salvam, como o Pégaso e o próprio Kaken – colossal como a narradora do início nos havia dito; talvez a maior criatura concebida para a telona. Sei lá, mas o bicho é grande!
Entretanto, a beleza de alguns cenários e a perfeição de algumas criaturas acabam sendo ofuscados pela falta de qualidade nos outros quesitos – alguns de tão ruins chegam a ser engraçados. Seria trágico se não fosse cômico.
Posso continuar dizendo que a maquiagem é de 5ª e a composição dos personagens é tão eficiente quanto um time que perde por 15 x 0! Nada funciona bem nessa porra.
Impossível não rir do protagonista (Perseus) que mais perece alguém foragido de algum Hospital Psiquiátrico de segurança máxima; das ofuscantes lantejoulas da fantasia carnavalesca de Zeus ou da rouquidão de Hades, que faria até o Louis Armstrong sentir profunda inveja.
Leterrier não conseguiu explorar nem mesmo um batido (e eficiente) clichê do gênero: O culto ao corpo.
Guerreiros viris e sarados; donzelas em trajes mínimos (ou sem eles); mamilos salientes ou pelo menos uns decotes já poderiam ao menos valer o ingresso. Mas não espere por isso; o preparo físico dos guerreiros é análogo ao dos pugilista da categoria Peso-Mosca e as donzelas possuem menos curvas que uma pista de atletismo; nem uma barriginha aparece, que dirá uma tetinta – até mesmo a medusa (feia como uma diarréia) que vive nas profundezas do submundo, usa um sutiã horrível que não excitaria nem um ninfomaníaco...
Pra mim, Fúria de Titãs perdeu uma ótima oportunidade para destacar-se num gênero repleto de clichês e roteiros repetidos. Mas serve para nos lembrar uma lição que aprendemos a alguns anos com a Lei de Murphy: nada é tão ruim que não possa piorar!
Se você gostou desse filme:
Assista:
- Fúria de Titãs (Clash of Titas, 1982)
- A Trilogia do Anel
Informações úteis
- Titulo original: Clash of Titas
- País: EUA
- Ano: 2010
- Duração: 110 min.
- Gênero: Ação / Trash
- Direção: Louis Leterrier
- Elenco: Sam Worthington, Ralph Fiennes, Liam Neeson, Gemma Artenton, Danny Huston, Alexa Davalos, Izabella Miko, Jason Flemyng, Luke Evans
- Avaliação: 1 (Péssimo)
- Filme completo: Download aqui
Sobre o filme:
- Quando vi? 05/06/2010
- Com quem? Só
- Quantas vezes? Uma vez já foi o bastante...
- O que senti? Enjôo
- Quando escrevi? 13/06/2010
- Onde estava? Em casa
- O que escutava? Angra - Rebirth
- O que ingeria? Coca (cola)
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