sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Enrolados | crítica

E mais um capítulo da Saga: Disney tonta no mercado!


Enrolados é o novo capítulo da saga: Disney tonta no mercado. Sim, porque até os mais desatentos já perceberam que o estúdio está mais perdido que cego em tiroteio - desde o lançamento de Mulan (idem, 1998). 1º montando nas costas da Pixar para voltar ao sucesso das antigas; depois produzindo merdas como o Galinho Chicken Little (Chicken Little, 2005) e por fim, decidindo radicalizar de vez e voltar as produções em 2D, e como se isso por si só já não fosse algo incomum para a época, ainda trouxe no papel principal uma princesa negra que passa mais da metade da animação comendo insetos, na pele de um anfíbio nojento. Acha que os caras estão apelando? Pois você ainda não viu nada, essa é a Disney do século XXI: no melhor estilo franco atirador, dispara para todos os lados na esperança de acertar algumas crianças, adolescentes, adultos, idosos, sei lá. qualquer um serve.

Se colar colou.

Enrolados conta a história de Rapunzel - pra quem não sabe. E como eu sei que que a maior parte dos marmanjos que frequenta esse espaço só conhecem a princesa de nome, eu vou quebrar mais esse galho pra vocês - já é o segundo só essa semana, ou você não se lembra de X-men, garotas em fuga?

Claro que eu como paizão (de uma menina) que sou, conheço perfeitamente cada uma das histórias dos contos de fadas com direito a detalhes sórdidos e tudo mais - diferente de vocês, meros solteirões baladeiros, viciados em redes sociais e filmes modinha.

Rapunzel é aquela menina do cabelão amarelo capaz de rejuvenescer a qualquer um - será que isso inclui personagem que brilharam na década de 80, como os de Os mercenários ou RED - aposentados e perigosos? Fica a dúvida...

Mas, voltando ao filme... Graças aos seus feitos capilares, Rapunzel despertou o interesse de salões, digo, de Gothel - uma senhora que não quer envelhecer (e que não deve conhecer o Renew da Avon). Gothel Rapta a menina e a prende numa torre de onde a cabeluda joga suas tranças para que as pessoas possam subir. Até aí tudo bem; mas faltou um detalhe: Flynn, um ladrão que é convencido (por livre e expontânea pressão) pela própria garota a levá-la para ver uns balões.

E se tudo ia perfeitamente bem, é justamente nesse ponto que a casa cai: Flynn é dublado por Luciano Huck - o detalhe é que não existe salas com cópias legendadas para o filme em nosso país. Um fiasco sem tamanho...

Logo quando o filme começa com a narração do dito cujo, a impressão que dá é que a torre é a mais nova escolhida para o quadro Lar doce Lar do Caldeirão. E esse tom de locução permanece por toda a produção, Luciano não tem a mínima vocação para dublar, isso fica evidente a cada momento que o MALA abre a boca - sinceramente eu estava na espectativa da hora em que ele iria agradecer aos patrocinadores ou gritar algo do tipo: "Maestro Billy, som na caixa", no momento em que rolam as musiquinhas do filme. Lamentável.

Acho que agora ficou mais evidente ainda o desespero total do estúdio que além de trocar o nome da produção de Rapunzel para Enrolados (nitidamente para atrair um número maior de pagantes), ainda apelou para a voz insuportável do apresentador da Globo - um dos mais populares no Twiter. Como se diz por aí: a Disney jogou o barro, se colar colou.

Ainda assim Enrolados consegue ser bom. A química entre os personagens é perfeita, as piadas fazem rir sem muito esforço e as músicas estão bem posicionadas como sempre. Mas no geral fica abaixo de A princesa e o Sapo, por exemplo - quem sabe em Enrolados 2, a Disney não lança uma Rapunzel moreninha com cabelos enrolados - com trocadilhos e tudo. E se ainda quiserem que o ladrão seja dublado por um animador de palco, que este seja o Silvio Santos - que é muito mais carismático que todos os outros. Fica a sugestão... Ma ma ooooêê.

3 comentários:

  1. Outros estúdios que estão produzindo animações estão dando banho na Disney... Saudades do velho Walt e da época de ouro com mensagens subliminares sobre sexo e magia nos filmes infantis, bons tempos aqueles!
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    Sublime Irrealidade - arte, cultura e jornalismo com uma boa dose de loucura!
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    Resenha do filme Babel: http://sublimeirrealidade.blogspot.com/2011/01/babel.html
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    Sigam me os bons!

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  2. Minha infancia toda foi preenchida por Branca de neve,A Bela e a fera,Bela adormecida e muitos outros classicos da Disney,sinto que é minha obrigação proteger aquele que me fez acreditar nos meus sonhos...
    o fato de em "A Princesa e o sapo" ela ser negra não significa nada,a disney procura trazer princesas diverentes:Bela é morena,Aurora é loira,Ariel é ruiva,Mulan tipo chinesa e assim por diante!

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  3. Realmente, o Luciano Huck como dublador não foi a melhor escolha,mas daí a dizer que a disney não faz nenhuma produção boa desde de mulan, é muito exagero.E quanto à Tarzan,Irmão Urso,etc.Mudar o estilo de animação te parece desepero? Grandes parte dos filmes da Disney que hoje são considerados clássicos,também foram rejeitados quando foram lançados.E quanto a pegar carona na Pixar,pelo amor de Deus!,grande parte dos animadores participam de produções dos dois estudios.Além disso, a Disney é dona da Pixar. Nenhuma empresa tem só períodos bons,mas adequar o seu estilo à mudança dos tempos não é sinal de decadência. Ou seria melhor manter o padrão "ariano" das princesas?

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